domingo, 10 de janeiro de 2010


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Entre as flores e a ultramaratona
8 de janeiro de 2010 – 11:02 | 18 Comments
Lucina Ratinho é um exemplo para todos nós. Mesmo trabalhando 12h por dia em sua floricultura, a senhora de 65 anos é ultramaratonista. “Mais ou menos, pois na verdade o máximo que eu corro são …

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Entre as flores e a ultramaratona
Por Bruno Vicari em 8 de janeiro de 2010 (sexta-feira)18 comentáriosLucina Ratinho é um exemplo para todos nós. Mesmo trabalhando 12h por dia em sua floricultura, a senhora de 65 anos é ultramaratonista. “Mais ou menos, pois na verdade o máximo que eu corro são 100km. Ainda não cheguei nos 200k”, lembra a atleta de 1,46m. Luciana começou a correr aos 57 anos, quando se viu em uma foto e achou que precisava perder peso. “Na época eu mal aguentava correr 100m. Aos poucos fui fazendo 5km, 10km, até completar uma maratona”. No final do ano passado ela participou do desafio de 24h dos Fuzileiros Navais, no Rio, onde correu 105km “sem parar pra dormir”. Quem pensa que Lucina atravessa a cidade em seus treinos, está enganado. Ela passa horas e horas correndo apenas naquele miolinho de 200m na pista de cooper do Ibirapuera, ou então naquela rotatória antes da subida da Biologia, na USP – Incrível! A nossa ultramaratonista tem apenas um grande sonho. Quer correr a Matahona do Rock’n'Roll, disputada em San Diego, Califórnia. “Fôlego eu tenho, mas não consigo bancar a viagem com o que ganho na floricultura”. Quem sabe um leitor do Pedaladas não queria apoiar este grande exemplo de vida! Ouça a entrevista:

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Se Puder Sem Medo













Se Puder Sem Medo
Deixa em cima desta mesa a foto que eu gostava
Pr'eu pensar que o teu sorriso envelheceu comigo
Deixa eu ter a tua mão mais uma vez na minha
Pra que eu fotografe assim meu verdadeiro abrigo
Deixa a luz do quarto acesa a porta entreaberta
O lençol amarrotado mesmo que vazio
Deixa a toalha na mesa e a comida pronta
Só na minha voz não mexa eu mesmo silencio
Deixa o coração falar o que eu calei um dia
Deixa a casa sem barulho achando que ainda é cedo
Deixa o nosso amor morrer sem graça e sem poesia
Deixa tudo como está e se puder, sem medo
Deixa tudo que lembrar eu finjo que esqueço
Deixa e quando não voltar eu finjo que não importa
Deixa eu ver se me recordo uma frase de efeito
Pra dizer te vendo ir fechando atrás da porta
Deixa o que não for urgente que eu ainda preciso
Deixa o meu olhar doente pousado na mesa
Deixa ali teu endereço qualquer coisa aviso
Deixa o que fingiu levar mas deixou de surpresa
Deixa eu chorar como nunca fui capaz contigo
Deixa eu enfrentar a insônia como gente grande
Deixa ao menos uma vez eu fingir que consigo
Se o adeus demora a dor no coração se expande
Deixa o disco na vitrola pr'eu pensar que é festa
Deixa a gaveta trancada pr'eu não ver tua ausência
Deixa a minha insanidade é tudo que me resta
Deixa eu por à prova toda minha resistência
Deixa eu confessar meu medo do claro e do escuro
Deixa eu contar que era farsa minha voz tranqüila
Deixa pendurada a calça de brim desbotado
Que como esse nosso amor ao menor vento oscila
Deixa eu sonhar que você não tem nenhuma pressa
Deixa um último recado na casa vizinha
Deixa de sofisma e vamos ao que interessa
Deixa a dor que eu lhe causei agora é toda minha
Deixa tudo que eu não disse mas você sabia
Deixa o que você calou e eu tanto precisava
Deixa o que era inexistente e eu pensei que havia
Deixa tudo o que eu pedia mas pensei que dava...

Metade




Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio

Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.

Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também... J.M.F 06/01/2010